Homossexualismo: A Objeção Teológica de Gênesis 19.1-8
Ir. Eric Alexandre
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Na perspectiva secular, é comum a identificação de diversas causas para a atração erótica entre pessoas do mesmo sexo, sendo o abuso sexual na infância uma delas. Acredita-se que muitos gays sejam oriundos de famílias disfuncionais ou tenham vivenciado experiências negativas com pessoas do sexo oposto, além da existência de indivíduos que agem intencionalmente por promiscuidade e buscam chocar os outros. Embora essas explicações possam apresentar alguma relevância, sob a ótica bíblica, a principal origem da prática homossexual reside na condição pecaminosa que acometera a humanidade caída, bem como a forte influência maligna associada a essa natureza (1Jo 3.8; Ef 2.2-3). Isso evidencia as consequências do afastamento da glória divina, da ascensão do homossexualismo e da incredulidade humana, conforme Romanos 1.23-32. Apesar de herdarmos de Adão uma inclinação ao pecado (SI 51.5; Ef 2.3), somos ainda responsáveis pelos pecados que continuamos a praticar.
Sendo assim, a origem da prática homossexual na sociedade remonta uma época bastante remota, coexistindo com a própria humanidade. Imediatamente após a Queda (Gn 3), o coração humano se corrompeu e o padrão estabelecido por Deus para a sexualidade heterossexual monogâmica começou a ser rejeitado. Desde então, tanto os pecadores quanto o diabo têm causado estragos na criação divina. No episódio referente à destruição das cidades de Sodoma e Gomorra, por exemplo, as Escrituras mencionam explicitamente o comportamento reprovável dos homens dessas localidades, que desejavam manter relações homossexuais com os anjos do Senhor (Gn 19.1-8). É deste infeliz incidente que se origina o termo sodomia e seu correspondente significado. Este termo refere-se especificamente ao homossexualismo e à perversão homossexual (Gn 13.13) e tornou-se um símbolo do pecado que caracterizava aquelas cidades. O pecado ali não se restringia à soberba e falta de hospitalidade; incluía também práticas homossexuais.
Não obstante o significado claro dessa passagem, interpretações incorretas sustentam que o pecado mencionado não seria relacionado ao homossexualismo em si, mas sim à falta de hospitalidade para com os visitantes de Ló, pelo que argumentam que o verbo “conhecer” nas passagens de Gênesis 19 e Juízes 19 não possui conotações sexuais, mas apenas denota uma intenção de familiarizar-se com os estranhos e conhecê-los pessoalmente. Contudo, tanto o contexto quanto o vocabulário utilizado em Gênesis 19 e Juízes 19 indicam claramente uma tentativa de abuso homossexual contra os convidados; já que nessas passagens o verbo “conhecer” traduzido do hebraico “yãda” significa literalmente “ter relações sexuais”. Além do mais, em Gênesis 4.1 esse verbo também implica conotações sexuais evidentes. Inclusive, este é precisamente o significado atribuído ao verbo em Gênesis 19.8 quando se faz referência às “filhas que não conheceram um homem” [indicando serem virgens].
No contexto generalizado da imoralidade vigente naquelas cidades, a prática homossexual destacou-se como um dos principais pecados [não sendo o único] que conduziram à destruição de Sodoma. Mais tarde, Deus exortou os israelitas através de Moisés acerca da proibição das relações homossexuais (Lv 18.22; 20.13). Outras referências aos pecados cometidos em Sodoma frequentemente ressaltam também questões relacionadas à imoralidade sexual. Em sua epístola, Pedro menciona Gênesis 19 utilizando a expressão “vida dissoluta” (2Pe 2.6-7). Neste contexto específico, dissolução alude à orgia sexual desenfreada e descreve as práticas libertinas e depravadamente abomináveis dos habitantes das cidades de Sodoma e Gomorra. Em Ezequiel 16.46-50, Sodoma é citada como um modelo de corrupção moral, cujos moradores se ensoberbeceram e se tornaram “abominação” para o Senhor.
A Bíblia mostra que Deus não suportou o pecado de Sodoma e Gomorra, destruindo aquelas cidades e outras em sua vizinhança (Gn 13.13; 18.20-21). A epístola de Judas registra a razão da destruição total das cidades pecaminosas: “De modo semelhante a estes [os incrédulos e os anjos caídos], Sodoma e Gomorra e as cidades circunvizinhas também se corromperam e praticaram relações antinaturais; estas cidades servem como exemplo pois sofreram pena de fogo eterno” (v.7). Essa passagem oferece pouca margem para incertezas quanto à gravidade da natureza sexual dos pecados cometidos em Sodoma, assim como em relação ao posicionamento divino frente aos atos homoeróticos lá realizados.
Fica evidente, depois disto, que desde as primeiras páginas até as últimas nas Escrituras Sagradas há uma constante condenação ao pecado cometido em Sodoma com o uso dos termos mais fortes possíveis. Deus tanto a descreve usando os termos mais negativos quanto a condena da forma mais enfática. Em suma, não há qualquer fundamento para classificar o homossexualismo como um "estilo de vida alternativo" aceitável.
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