O Caminho Preparado Para o Anticristo
Pr Johny Mange
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O mundo se prepara para receber o Anticristo. Seu espírito já se encontra presente e atuando ativamente no sistema do mundo (1Jo 4.3), preparando, assim, o caminho para que os seres humanos recebam com cordialidade a encarnação em pessoa do Anticristo. Tanto é que, quando ele ascender ao poder, não haverá resistência ou oposição significativa por parte da população em aceitar seu governo autoritário e mundial.
1 – O ANTICRISTO
O Anticristo será uma pessoa que obterá o domínio global no fim dos tempos. Sua manifestação foi predita por Jesus (Mt 24.15; Jo 5.43). Ele será o líder da última expressão de controle mundial (Ap 13.1; 17.5) e seu surgimento ocorrerá no meio dos gentios (Dn 9.26,27) almejando assumir a posição de Deus entre eles. O prefixo "anti" denota "oposição", significando "contra" ou "no lugar de"; portanto, o Anticristo busca usurpar a posição e a glória do Filho de Deus, difamando-O e escarnecendo-O.
2 – SEU GOVERNO
Sua influência é mundial (Ap 13.8). Deus revelou na história da Torre de Babel que seu objetivo era promover a independência das nações (cf. Gn 11). Nenhuma nação deveria possuir controle absoluto sobre a terra. Todavia, nos últimos dias, o Anticristo estabelecerá uma ditadura suprema, sustentada por três bases:
1°. Primeiramente, ele exercitará controle político e forçará tanto os pequenos quanto os grandes a adotarem a marca da Besta (Ap 13.16). A expressão "grande", no versículo mencionado, refere-se especificamente àqueles detentores de considerável poder político;
2°. Em segundo lugar, terá uma dimensão espiritual, uma vez que obrigará todos a adorá-lo (Ap 13.15); e
3°. Finalmente, em terceiro lugar, sua abordagem será comercial e econômica: ninguém poderá realizar transações comerciais [comprar ou vender] sem possuir a marca da Besta (Ap 13.16,17).
Ele eliminará três reis durante sua ascensão ao poder (Dn 7.8,24). Consequentemente, esses reis serão destruídos pelo Anticristo e fazem parte dos dez monarcas que regerão o mundo nos últimos dias. São referidos como "chifres" e "dedos" (Dn 2.41-44; 7.24). Muitos estudiosos interpretam esses dez reis como representações do Mercado Comum Europeu; mas preferimos adotar uma interpretação mais abrangente quanto à identidade dos dez dedos da estátua descrita no livro de Daniel capítulo 2.
3 – A NOVA ORDEM MUNDIAL
Uma interpretação válida sugere que as nações do mundo, nos últimos tempos, serão reorganizadas em dez supernações. Com a finalização dessa reorganização, o Anticristo surgirá: o décimo primeiro chifre mencionado em Daniel 7.8: “Ao considerar os chifres, observei que um pequeno chifre subiu entre eles, diante do qual três dos primeiros chifres foram arrancados; e nesse chifre havia olhos semelhantes aos de um homem e uma boca que falava grandes coisas.”
Os “arquitetos” da Nova Ordem Mundial já planejaram a reestruturação global em dez nações.
O Clube de Roma, uma das entidades promotoras da Nova Ordem Mundial, elaborou um novo mapa-múndi no qual o planeta está segmentado em dez setores ou regiões interligadas a uma única estrutura governamental centralizada — o tempo realmente está bem avançado... (1Jo 2.18).
4 – O PECADO DE BLASFÊMIA, PRESENTE NO GOVERNO DO ANTICRISTO
O Anticristo representa o líder do sistema ímpio governado por Satanás (2Ts 2.3). Ele é o exemplo supremo de rebelião contra Deus. A blasfêmia pode ser expressa de duas formas principais: 1ª – proferir afirmações que difamam o caráter de Deus e 2ª – reivindicar ser Deus. Com efeito, o Anticristo será responsável por ambas as formas de ofensa. Daniel (7.20) descreve-o como um chifre com boca que pronunciava grandes coisas; e revela que esse governante agirá conforme sua vontade, elevar-se-á e se engrandecerá sobre todos; falará atrocidades contra o Deus dos deuses e terá sucesso em seus empreendimentos (11.36). Logo, ele prosperará até que a indignação se concretize, pois aquilo que foi determinado será realizado!
5 – A MARCA DA BESTA: ADESÃO AO SISTEMA SATÂNICO DE SEU GOVERNO
No capítulo 13 do Apocalipse, o Anticristo persuade as nações da Terra a reconhecerem sua dignidade de adoração. A manifestação dessa lealdade exige que cada indivíduo aceite a imposição de uma marca que será permanentemente inserida na mão ou na testa. O texto afirma: "E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome." Este contexto apresenta uma oportunidade para reflexão: "Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis." Ao aceitar essa marca, um indivíduo estará reconhecendo Satanás como seu deus. A expressão "marca" origina-se do termo grego "charagma", equivalente ao conceito de "tatuagem". Portanto, tal marca será a demonstração visível de que houve submissão ao diabo por intermédio do Anticristo. Consequentemente, quem optar por recebê-la estará destinado eternamente ao Lago de Fogo (Ap 14.9-11).
Na região da Ásia Menor, os adeptos das religiões pagãs frequentemente realizavam tatuagens como forma de demonstrar sua pertença e submissão aos seus deuses. Essas marcas eram feitas em áreas visíveis — similar às tatuagens contemporâneas, isto é, podem ser vistas por outras pessoas. Igualmente, sob o regime do Anticristo, será permitido aos seres humanos "comprar e vender" apenas se aceitarem sua marca. Somente assim poderão realizar transações comerciais. Por outro lado, aqueles que não se submeterem à aceitação da marca da besta enfrentarão uma intensa perseguição repleta de dor, agonia e dificuldades (Ap 12.17). Muitas pessoas se recusarão a receber a marca da Besta e sofrerá torturas brutais e desumanas até mesmo martírio (Ap 20.4; Mc 13.19-20); tanto é que, no Céu (Ap 7.9-14), suas almas clamarão por justiça e vingança ao Santo Dominador pelos horrores associados ao derramamento de sangue (Ap 6.9-11).
6 – SEU APARECIMENTO
O Anticristo aparecerá na fase final da história de Israel (Dn 8.23). Sua ascensão será promovida por meio de um plano de paz (Dn 8.25; 9.27). Na verdade, o mundo já se encontra preparado para essa eventualidade: após incontáveis conflitos e rumores de guerra, a humanidade anseia por paz a qualquer preço. Conforme previu o Apóstolo Paulo em 1 Tessalonicenses 5.3: “Quando proclamarem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo algum escaparão”. As dores de parto que antecedem o surgimento do Anticristo consistem nos rumores de guerra, terremotos ao redor do globo, fomes e pestes, previstos no Sermão Profético proferido por Jesus em Mateus 24.
Esses fenômenos ocorrerão nos dias, semanas e meses que precederão a manifestação do Anticristo. Este surgirá em meio a esses tumultos e catástrofes, ganhando notória credibilidade por resolver tais questões socioeconômicas. Toda essa artimanha estabelecerá as bases para que a maior parte da população mundial o aceite como uma espécie de salvador. Os falsos sinais e prodígios realizados pelo Falso Profeta na presença do Anticristo servirão como respaldo ao seu governo. O Falso Profeta, através de artifícios religiosos, persuadirá a população e o mundo a criar e venerar a imagem do Anticristo (Ap 13.15).
Entretanto, enquanto a Igreja, como corpo de Cristo, permanecer na Terra, o Anticristo encontrará impedimentos para se apresentar pessoalmente. O Divino Espírito Santo atua como obstáculo à sua manifestação: “Porque o mistério da injustiça já opera. Há apenas um [o Espírito Santo] que agora resiste até que seja retirado do meio. Então será revelado o iníquo, a quem o Senhor destruirá com o sopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2 Ts 2.7-8).
7 – AS FASES DO SEGUNDO ADVENTO DE CRISTO
A Bíblia apresenta um cronograma divino para os acontecimentos finais. A Dispensação da Igreja se conclui com a Segunda Vinda de Jesus. Surge, então, a questão sobre o destino dos que se converterão durante a Grande Tribulação. As Escrituras demonstram que haverá fiéis de Deus durante essa fase crítica de sofrimento; contudo, estes não serão reconhecidos como "membros do Corpo de Cristo" (a Igreja da era da Graça), visto que a Igreja, enquanto corpo de Cristo, não estará mais presente neste mundo. O grupo restante será composto por crentes que fazem parte da Dispensação da Graça. Esses crentes individuais remeterão à época do Antigo Testamento e, através de dois elementos (sangue e fé), serão capazes de testemunhar acerca de Cristo e de Sua redenção (Dn 11.33-35; Ap 11; 17.6; 14.2). Este segmento da história ilustra que mesmo fora da Dispensação da Graça a salvação ainda é possível, mas sempre baseada na morte expiatória de Cristo (Ap 7.9-14; Jl 2.30-32).
Com o término da Dispensação da Igreja (que coincide com a era da Graça) pela Segunda Vinda de Jesus, sabe-se que Seu retorno à Terra não ocorrerá em uma única vez. Este evento se desdobra em duas etapas:
1ª Primeira etapa – O Arrebatamento dos crentes: “Pois o Senhor descerá do céu com grande clamor e voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Em seguida, nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens para encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos para sempre com o Senhor” (1Ts 4.16,17; cf. 1Co 15.51,52). O Senhor Jesus livrará seus servos da ditadura do Anticristo durante a Grande Tribulação: “E esperar dos céus por Seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1Ts 1.10). A Grande Tribulação é referida como "ira" e "ira do Cordeiro", entre outras denominações (Ap 6.16; Lc 21.23). O aparecimento de Jesus nas nuvens, responsável pelo arrebatamento dos salvos, será invisível aos olhos mundanos.
2ª Segunda etapa – No final da Grande Tribulação, cuja duração será de sete anos: três anos e meio correspondem à apresentação do governo do Anticristo e períodos de paz ilusória; os outros três anos e meio serão marcados por intensa aflição (cf. Ap 12.14; Dn 7.25; 9.27; 1Ts 5.3). Assim, ao final desses sete anos, Jesus retornará acompanhado pela Igreja glorificada (Cl 3.4; Ap 19.11-14), sendo visível a todos (Ap 1.7), para enfrentar o Anticristo e o Falso Profeta no monte conhecido como Armagedom e lançá-los no Lago de Fogo (Ap 16.16; 19.11-20).
8 – ESCAPE-SE!
Em Gênesis 19:17 está escrito: "E, ao tirá-los para fora, disse: Escape para salvar a sua vida; não olhe para trás e não pare em toda a campina. Fuja para as montanhas, para que você não pereça.” Se você está caminhando a passos largos rumo a perdição, saiba que ainda há tempo de escapar. Escape da escravidão imposta por este sistema carnal e iniquo que rege o mundo, assim como de seu governante: Satanás. Por meio da carne (Ef 2.2-3), o diabo mantém as pessoas presas aos vícios, drogas, bebida, cigarro, jogos, pornografia, adultério, fornicação, idolatria, ódio, mágoas, vinganças, entre outros pecados da carne (Gl 5.16-21).
Lembre-se da revelação de Deus em Daniel 11.35: “E alguns dos entendidos cairão, para que sejam provados, purificados e embranquecidos até ao fim do tempo, porque ainda está reservado para o tempo determinado.” Você está espiritualmente preparado para esse teste de purificação? Estará disposto a enfrentar as dores intensas e a terrível perseguição satânica que se seguirá à Grande Tribulação? (Ap 12:11-17; Lc 21:23). É bom que não! Escape-se do regime do Anticristo e da Grande Tribulação. Queira subir para o céu na Primeira Fase do Segundo Advento – o arrebatamento – e evite os sofrimentos e atrocidades provenientes da "ira do Cordeiro" – o período da Tribulação: “O justo é levado antes do mal” (Is 57.1).
Durante o período de graça, ainda existe a oportunidade de escapar de todo o sofrimento que está por vir na Grande Tribulação, a qual será marcada por dias de indignação, tribulação, angústia, tumulto, devastação, sombras, escuridão e nuvens densas (Sf 1.15). Todas essas calamidades podem ser evitadas. Aqueles que seguem as diretrizes do Bom Salvador estarão isentos da opressiva tirania do Antagonista de Cristo: o Anticristo.
Em síntese, o caminho já está preparado para a manifestação do Anticristo. Praticamente todos os sinais que antecedem o apocalipse já se concretizaram. Cabe aos redimidos manter "vigilância e sobriedade", caso ouçam o toque da trombeta (Mc 14:38; 2Tm 4:5; 1Co 15:52).
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