O Espírito do Homossexualismo

Ir. Eric Alexandre

7 min read

Há uma linha de pensamento que postula que, se um indivíduo nasce com uma tendência homossexual, essa condição não é sua culpa, o que lhe permite a prática de atos homossexuais pois isso faz parte de sua natureza. Contudo, à luz da Bíblia e sob o discernimento do Espírito Santo, compreendemos que tal argumentação é falha, pois constitui um modo de vida que contraria a natureza (Rm 1.24-27) e, além disso, possivelmente há outra força sobrenatural induzindo essas pessoas ao comportamento homoerótico. Aqui cabe ressaltar que este comportamento pode manifestar-se desde a infância, dado que os demônios não fazem distinção entre idade, raça ou cor.

A Sagrada Escritura revela reiteradamente que por trás do mundo visível, físico e palpável, há uma dimensão espiritual onde ocorre uma intensa batalha invisível. Ainda que não seja possível vê-la com nossos olhos materiais, seus efeitos nocivos são claramente observáveis por todo o globo terrestre. O Senhor Jesus ilumina essa questão ao afirmar que existe um sistema espiritual no qual forças malignas organizadas atuam em quase todos os aspectos da vida humana com o intuito de escravizar e destruir as pessoas (Jo 10.10). Os demônios atacam suas vítimas e, ao possuí-las, exercem domínio sobre seus corpos e faculdades mentais, levando-as à demência (Mt 4.24; 17.15) e, em alguns casos, incapacitando-as para falar ou enxergar (Mt 9.32; 12.22). Quando se apoderam de alguém, controlam suas capacidades psíquicas e motoras, comprometendo sua clareza mental e senso moral (Mt 8.28-34).

As possessões demoníacas podem resultar em cegueira (Mt 12.22), paralisia (At 8.7), convulsões (Lc 9.39), episódios de agitação extrema (Mc 9.17, 20, 26), autodestruição (Mc 9.22), força sobre-humana (Mc 5.4) e divisões de personalidade (Mc 5.6-10), além de insanidade e comportamentos estranhos (Mt 17.15; Lc 8.27). Isso demonstra que não existe tipo algum de aflição mental, física ou espiritual que Satanás e seus demônios estejam indispostos a causar às pessoas que não estão debaixo do senhorio de Cristo.

Em algumas situações, a possessão demoníaca se manifesta através de doenças ou disfunções psíquicas (Mt 17.14-21), mas também se traduz em formas específicas de viver, como foram os casos de uma jovem que tinha um espírito de adivinhação (At 16.16-18) ou pela possessão de Judas (Lc 22.3-6). Ao ser dominado por Satanás, Judas não teve manifestações típicas como cair no chão, revirar os olhos, falar com voz diferente, ficar doente ou encurvado, ou ganhar uma força descomunal. Ele simplesmente saiu para conversar com os principais sacerdotes sobre como entregaria o Senhor Jesus. Dessa forma, a possessão demoníaca abrange mais do que transtornos mentais ou epilepsia, ela reflete também comportamentos e estilos de vida. Ela não é um mito, mas uma triste realidade. O Senhor Jesus falou mais sobre as artimanhas de Satanás e seus demônios do que qualquer outra pessoa na Bíblia.

Embora a principal origem do homossexualismo resida na natureza carnal (Rm 1.23-32; Gl 5.16-21) decorrente da Queda (Gn 3), também existe outro fator preponderante que leva as pessoas às práticas homossexuais, tão influente quanto a carne: as possessões demoníacas. Não que exista um demônio específico para o homossexualismo; na verdade, essas entidades atuam em conjunto com a natureza pecaminosa para fomentar comportamentos homoeróticos, assim como qualquer outro tipo de pecado que esteja mais evidente no coração do indivíduo. As concupiscências são provenientes da natureza pecaminosa, e o diabo e seus demônios se aproveitam exatamente dessas fraquezas, bem como das atratividades pecaminosas deste mundo, para nos colocar em situações tentadoras: “Mas cada um é tentado, quando atraído e engodado pelos seus próprios maus desejos” (Tg 1.14). Isso quer dizer que que eles têm conhecimento das nossas fraquezas e vulnerabilidades, e se utilizam delas para atacar. Por exemplo, para uma pessoa com inclinações homossexuais, eles agirão com base nessa predisposição; uma vez atraída e dominada, essa pessoa é escravizada pelo pecado que nasceu em seu próprio coração (Mc 7.21-23 Ef 2.1-3). Portanto, o verdadeiro impulso que leva essas pessoas a se portarem dessa maneira é sua predisposição à natureza carnal; os espíritos malignos apenas intensificam essa disposição inicial e acabam escravizando-as à prática do homossexualismo.

Entretanto, esse fenômeno não é recente: os demônios têm incentivado suas vítimas a adotarem comportamentos antinaturais na tentativa de distorcer ainda mais a imagem e semelhança de Deus que ainda lhes restam. Eles as levam a apresentarem comportamentos desumanos, conforme evidenciado no caso do endemoninhado gadareno (Lc 8.26-39; Mc 5.1-20). Inclusive, essa realidade esclarece também por que proponentes homossexuais relatam sentir uma compulsão incontrolável e inevitável por outras pessoas do mesmo sexo.

Em Lucas 8.27, 33 e 35 está escrito: “...um homem que desde muito tempo estava possesso de demônios, e não andava vestido, nem habitava em qualquer casa, mas nos sepulcros [...] E, tendo saído os demônios do homem [...] o acharam vestido e em seu perfeito juízo, assentado aos pés de Jesus; e ficaram com medo”. O endemoninhado de Gadara teve sua identidade e suas funções psíquicas profundamente alteradas pelos espíritos malignos. Ele não exercia controle sobre si mesmo, sendo suas palavras e ações determinadas pelos demônios que habitavam nele, a ponto de quase não manter nada de sua essência original, refletindo o caráter dos próprios demônios que o atormentavam.

Os demônios que possuíam aquele homem eram espíritos imundos. Por essa razão, ele foi levado a um local impuro, o cemitério, onde passou a viver entre os sepulcros (v. 27). Da mesma forma, o espírito do homossexualismo induz pessoas a realizarem ações impuras, imorais e irracionais, que vão contra a própria ordem natural. Isso desfigura a verdadeira identidade dessas pessoas e as conduz à perversão, à prostituição e ao distanciamento do Criador. O endemoninhado de Gadara havia muito não se vestia. Ele tinha perdido completamente a racionalidade e senso de dignidade pessoal, nem sequer respeitando a si mesmo ou aos outros. A obscenidade era uma característica marcante em sua vida.

Atualmente, a cultura está mais saturada do que nunca pela influência demoníaca; uma cultura que busca expor as pessoas à nudez ou fazê-las vestir-se de maneira vulgar e indecente; quando não se observa homens vestindo roupas femininas e mulheres utilizando vestimentas masculinas (Dt 22.5). Tudo é distorcido. A humanidade sem Deus muitas vezes ignora que são os demônios os responsáveis por seus comportamentos, desejos, vícios, estilos de vida e temperamentos distorcendo a realidade da vida: “Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver quando seguiam a presente ordem deste mundo [mundanismo] e o príncipe do poder do ar [o diabo], o espírito que agora atua nos que vivem na desobediência [pecado]. Anteriormente todos nós também vivíamos entre eles satisfazendo as vontades da nossa carne seguindo os seus desejos e pensamentos. Como os outros éramos por natureza merecedores da ira” (Ef 2.1-3 NVI).

A carnalidade é a brecha que os demônios encontram para escravizarem as almas. Eles as enganam fazendo com que o errado pareça certo e o antinatural pareça supostamente natural. Aqueles sob tal influência não percebem que estão sendo dominados por esses seres malignos, visto que “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que não lhes resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4). Assim sendo, ter desejos incontroláveis ou tentar justificar uma suposta inversão é fruto da carne e resultados da atuação maligna. Tudo isso não é natural ou inato aos seres humanos. Somente Jesus Cristo pode libertar o ser humano da servidão ao pecado (Jo 8.34-36 cf. Pv 5.22-23; At 8.23; 2Pe 2.19) assim como da escravidão maligna (At 26.18; Ef 2.2) e transformar uma pessoa homossexual em uma nova criatura (Jo 3.3-6; 2Co 5.17).

Jesus libertou o gadareno da servidão demoníaca (Lc 8.29-34). Em 1 João 3:8 lê-se: “Quem comete pecado é do diabo; porque o diabo peca desde o princípio. Para isto se manifestou o Filho de Deus: para desfazer as obras do diabo”. O Senhor Jesus veio para anular as obras perpetradas pelo diabo e seus demônios. Os demónios se dobram diante da majestade e soberania de Cristo, e estão debaixo da sua autoridade. Pela Palavra autoritária de Jesus, a legião demoníaca que escravizava o gadareno foi expulsa deixando-o livre daquela condição opressora. Pode-se dizer que o Senhor Jesus é o atormentador dos demónios e o libertador dos homens. Aonde Ele chega, os demónios tremem e os cativos são libertos.

Se pois o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres” (Jo 8.36). Essa declaração feita por Jesus afirma claramente que um mero assentimento mental ou qualquer mudança comportamental não são suficientes para proporcionar verdadeira liberdade ao homem dominado pelo pecado – ele encontra-se tão aprisionado pelo pecado que não consegue romper esse domínio por conta própria tornando-se assim escravo das forças malignas (1Jo 3.8). Tão somente Jesus pode “verdadeiramente” libertar está pessoa das imoralidades, vícios, cegueira espiritual, bem como do modo de vida pecaminoso, do poderio de Satanás além das mortes espiritual e moral incluindo, ainda, o livramento da morte eterna.

E foi exatamente isso que o Senhor Jesus trouxe ao gadareno: libertação, restauração e transformação: “...Acharam então o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido e em seu juízo, assentado aos pés de Jesus; então temeram” (v.35). O homem estava agora vestido adequadamente e tinha recuperado seu pleno juízo. Jesus restituiu àquele homem sua autêntica personalidade e sua sanidade mental. Aonde Jesus chega, Ele restaura a mente, o corpo e a alma. Aquele homem já não era violento tampouco constituía perigo para família ou comunidade ao seu redor.

Jesus continua transformando pecadores em homens santos, escravos de Satanás em homens livres, párias da sociedade em vasos de honra; e é o que Ele deseja realizar, por amor, em cada pessoa homossexual: a obra graciosa da libertação, da restauração e da transformação: “Porque o Filho do homem veio para salvar o que havia se perdido. Portanto, Deus enviou o seu Filho ao mundo não para condenar o mundo, mas para que o mundo [humanidade] fosse salvo por meio dele” (Mt 18.11; Jo 3.17).