Ordem da Criação: Uma Análise Bíblica da Sexualidade

Ir. Eric Alexandre

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Em desacordo com a ordem natural, a militância homossexual alega que ninguém nasce homem ou mulher, mas que cada indivíduo deve construir sua própria identidade ao longo da vida. Para esse grupo, não há uma distinção entre macho e fêmea, pois todo ser humano nasce capaz de ser ou se tornar quem quiser, independentemente do que é definido como masculino ou feminino por Deus ou pelas ciências biológicas. Sob essa ótica, aquele que nasce biologicamente menino não é definido como homem, pois pode optar por ser mulher. Da mesma forma, uma pessoa que nasce biologicamente menina não é definida como mulher, já que pode escolher ser homem.

Todavia, a sexualidade não se resume a uma escolha pessoal e todo o seu fundamento está unicamente no plano de Deus apresentado na criação, e não em concepções ou escolhas humanas.

Deus, no princípio, não uniu dois “machos” ou duas “fêmeas”, mas, diz a Bíblia que: “Deus criou o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gn 1.27). Logo, na ordem natural das coisas existem apenas dois sexos: masculino e feminino. Essa estrutura [monogamia heterossexual] foi estabelecida na criação e não pela cultura; sua validade é permanente e universal. A partir do padrão determinado por Deus, todo macho nasce biologicamente homem e com uma natureza masculina; enquanto toda fêmea nasce biologicamente mulher e detém uma natureza feminina. Assim, a sexualidade não é uma escolha que um indivíduo possa fazer ao longo da vida. Quando Deus criou os seres humanos, Ele delimitou os sexos estritamente a dois grupos: masculino e feminino; não três, quatro ou mais.

A ordem criada pelo Senhor Deus para o exercício da sexualidade humana consiste no relacionamento entre um homem e uma mulher dentro do contexto do casamento. Ele declarou que não era adequado para o homem estar só (Gn 2.18) e por essa razão "formou" Eva como correspondente e companheira do homem. O homem recebeu a orientação de "deixar" pai e mãe para "unir-se" à sua esposa, tornando-se assim "uma só carne com ela" (Gn 2.24). Nesta área, as Escrituras oferecem aos cristãos apenas duas opções: casamento heterossexual monogâmico ou vida celibatária. À luz dos textos bíblicos, escolher outra pessoa do mesmo sexo é visto como abominação, pecado e erro, sendo tratada como prática contrária à natureza.

Há, porém, um argumento que não aceita a ideia de que somente a heterossexualidade define os sexos conforme estabelecido na criação. Afirmam que o homossexualismo também seria uma orientação ou estilo de vida concedido por Deus. Essa especulação carece de sustentação quando analisado sob a referência da ordem criada em Gênesis 1-2. Em Gênesis 1.26 está escrito que a humanidade foi criada à imagem de Deus e que ser homem ou mulher reflete essa imagem.

Frequentemente se ouve o argumento de que um ato sexual é moral desde que expresse afeição genuína entre indivíduos consensuais e proporcione prazer mútuo. Este argumento, de qualquer forma, não possui respaldo bíblico nem moral, já que poderia ser usado para justificar práticas como homossexualismo, adultério, relações grupais, abuso infantil e até mesmo sexo com animais [zoofilia]. Esta visão reduz o ser humano à condição de um ente consciente separado do contexto moral que está ligado à masculinidade e feminilidade refletidas na imagem divina, e ainda sugere diferenças fundamentais na identidade pessoal ao relacionar a natureza sexual com as atividades morais necessárias que garantem ordem nas relações familiares e existenciais humanas.

Deus é um Deus de ordem. O próprio mundo é descrito pelo termo “cosmo”, que significa “ordem” e implica desígnio por parte do Criador. Deus não criou a raça humana em uniformidade, mas em sexos complementares: masculino e feminino, cuja união íntima é escrita como “uma só carne”. A união heterossexual, protegida e preservada na aliança matrimonial, não deve ser considerada apenas uma escolha entre várias opções de união sexual, mas sim uma estrutura essencial da criação. Trata-se de uma vocação sagrada, na medida em que somente esta forma de união possibilita à humanidade atender ao mandamento divino de “ser fecundo e se multiplicar” (Gn 1.28). Macho e fêmea encontram assim sua realização mútua e seu papel procriador em seu complemento oposto, sendo essa verdade reafirmada no Novo Testamento (Mt 19.5; Mc 10.6-8; 1Co 11.7,9).

Logo, tanto a revelação natural quanto a ordem com a qual acontecem as coisas, são suficientes para tornar o ser humano indesculpável diante de Deus (Rm 1.20). Ainda que ordem e a revelação natural não tenham o poder salvador sobre o homem, elas já são o bastante para atribuir-lhe responsabilidade. Todos os homens são indesculpáveis perante Deus, uma vez que a verdade de Deus tem-se manifestado a eles, tanto pela luz da consciência quanto pelo testemunho da criação (v. 20-21).