Perguntai Pelas Veredas Antigas

Ir. Eric Alexandre

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"Assim diz o SENHOR: Ponde-vos nos caminhos, e vede, e perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; e achareis descanso para as vossas almas.." Jeremias 6.16a.

Há título de introdução, cabe ressaltar que este tratado não refere-se à época moderna, ao avanço tecnológico e afins, nada contra (desde que não induzam ao pecado). O problema examinado diz respeito a corrupção da geração atual, à geração contemporânea, assim como seu modo imoral, profano, ímpio e libertino de viver. Manter-se nos padrões desta geração é o mesmo que se corromper e submeter-se à impiedade. Frente a isso, existe a necessidade de se voltar aos padrões de moralidade e santidade dos personagens que compõem a santa Bíblia.

Não é novidade que a humanidade vive uma nova fase, fase de mudanças drásticas em diversas áreas como: cultura, politica, direitos sociais e avanço tecnológico. Essas alterações afetam todos os níveis da vida e o mundo está se amoldando a essas alterações; tanto que no meio religioso, há inúmeras pregações evangélicas e instituições religiosas que já se adaptaram a elas; onde o ser humano está se colocando acima de Deus e, por conseguinte, o que se prevalece são as vontades e escolhas humanas e não às de Deus.

É um tempo, onde o que se faz é estabelecer que não existe uma verdade a ser encontrada, não existe o bem ou o mal, nem existe o belo e o feio. Tudo é relativo. Segundo Coelho Filho (2007) a pós-modernidade é fundamentada em alguns pilares de existência para a sociedade e para o indivíduo. São eles: relativismo, racionalismo, liberalismo, hedonismo, ceticismo e o consumismo.

Considerando a urgente necessidade de se desviar dessas frentes, torna-se mais que evidente a importância do cristão, em prudência, olhar para toda a trajetória da Palavra de Deus e, em temor, se conscientizar em tomar o exemplo das veredas antigas e aplicá-las nos dias atuais, pois, tais dias são demasiadamente maus e, conforme se renova às gerações, a tendência e predisposição é só piorar. Isso é inevitável e culmina com o fim. O Senhor Jesus nos exortou acerca disso: "E por se multiplicar a iniquidade.." Mt 24.12a. Outra passagem que Ele faz menção é a geração de Sodoma e Gomorra: "...o povo vivia comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na arca; e eles não perceberam, até que veio o dilúvio e os levou a todos. Assim acontecerá na vinda do Filho do homem" (Mt 24.38,39).
     Esse relato se encaixa com exatidão aos dias de hoje; onde àquele povo em declínio e total imersão ao pecado, viviam dissolutamente entregues e submergidos a impiedade e totalmente desprovidos de Deus, note: "Ora, as pessoas que viviam em Sodoma eram malignas e praticavam grandes pecados contra o Senhor". "E o Senhor viu que a maldade do ser humano se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. E disse o Se-nhor: Destruirei o homem que criei de sobre a face da terra..." (Gn 13.13; 6.5,7a).

De acordo com a definição dos dicionários, "Vereda" significa: Caminho estreito; rumo, direção, carreira, ordem ou modo de vida.

A Bíblia usa muitas vezes o termo “caminho” para representar um modo de vida, um tipo de comportamento. Note: “Para o sábio o caminho da vida é para cima, a fim de que ele se desvie do inferno que é em baixo” (Pv 15.24).
     O importante de um caminho não é sua beleza, facilidade de acesso, trânsito bom ou conforto, mas o destino ao qual ele nos leva. Por isso, a jornada do cristão pode ser longa ou curta, mas seja qual for o tempo de sua peregrinação neste mundo, ele jamais deve desviar-se das veredas antigas nas quais trilharam os patriarcas, profetas e apóstolos; deixando-nos o exemplo de como devemos ser e caminhar no caminho do altar de oração, da comunhão com Deus, da justiça, da humildade, da obediência, da santificação, da moralidade e dos preceitos divinos, percorrido por Noé, Abraão, Isaque, Jacó, Moisés, Elias, os profetas, Jesus e os apóstolos.

“Perguntai pelas veredas antigas”. Perguntar, quase sempre, é uma sabia atitude de humildade. Significa reconhecer que não se sabe de tudo e nem se tem todas as respostas. É estar disposto a ouvir e aprender para poder estar apto à tomar sabias escolhas e decisões na vida e se desviar de toda lavagem cerebral promovida pelo sistema mundano e sociedade moderna.

A grande massa esmagadora de pessoas não gostam de nada antigo. Querem novidades constantes. A música que fez sucesso há seis meses já não interessa mais. Querem a tecnologia mais recente, os aparelhos mais modernos, que também serão descartados dentro de pouco tempo. Hoje em dia, até as pessoas tornaram-se descartáveis. Vivem atrás de novidades.

Entretanto, Jesus Cristo não é uma novidade. A Bíblia não é uma novidade. Os padrões cristãos de retidão não são novidades. Por isso, são desvalorizados e descartados por grande parte da sociedade moderna.

I – O PADRÃO DE MORALIDADE E CONDUTA DIVINO E A SOCIEDADE MODERNA.
Atualmente, residimos em meio a uma geração corrompida e degenerada cada vez mais pelo pecado. Uma geração que além de afastarem-se a cada dia mais de Deus, tem se rebelado contra Ele, contra Suas leis e contra Seus padrões de retidão. No meio secular, por exemplo, a intolerância à religião está tão grande que, o pecado não pode mais ser considerado pecado e nem combatido sob a alegação de que se trata de questões de direitos humanos, culturais e sociais e, apontá-lo, pode vir a ofender determinados grupos. Essa abominação está acontecendo até mesmo dentro de muitos templos evangélicos, onde pessoas se revoltam, caem seu semblante, e fecham a cara na hora mediante a exposição de praticas pecaminosas. Com isso, quem possui sensibilidade e discernimento divino entende que: conforme passa os tempos, se renova às gerações e entra a modernidade, o pecado se torna uma prática cada vez mais comum. E, com efeito, tem entrado cada vez mais nos templos evangélicos. Muitos estão trocando as Escrituras pelos ensinos de homens e doutrinas de demônios, fazendo tropeçar os que antes andavam em sinceridade no caminho do Senhor (1Tm 4.1,2). Apostasia: Mt 24.12.

A sociedade contemporânea já não suporta mais viver sob os preceitos divinos. E como se não fosse o bastante, lutam cada vez mais contra eles, estabelecendo leis para sustentar seus movimentos, ideologias, direitos humanos e afins. Atualmente, o que era certo se transmutou em errado. O modo de vida dos mais velhos assim como suas crenças, tradições, princípios, valores e visão de mundo, estão ultrapassados e caíram em desuso.

Para um grande grupo de cristãos que fazem parte dessa frente, os padrões de moralidade e conduta ordenados por Deus foram somente para uma época e não fazem mais parte da atualidade. Sim, infelizmente, até mesmo cristãos aderiram essa ideologia e fazem parte desses movimentos. Quando observamos o tipo de mentalidade que a geração atual possui, é a do liberalismo. As pessoas não querem limites. Não querem ser contrariadas e são totalmente ignorantes quanto a isso. Buscam de modo desenfreado a satisfação pessoal sem se importarem com as consequências. Vivem da forma que mais lhes agrada, não se preocupando com o lugar ao qual estão se dirigindo. Comportamentos e escolhas são caminhos que levam a uma série de consequências, sejam boas ou más.

"Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vocês se endureça pelo engano do pecado" (Hb 3.13). Devido à mente cauterizada e o coração endurecido, criou-se na presente geração uma resistência muito grande contra tudo quanto é divino. Neste meio, é careta e constrangedor falar sobre Deus. A fim de defenderem suas ideias liberais e suas praticas pecaminosas, alegam que os verdadeiros cristãos são extremistas, ultrapassados, conservadores e religiosos — e muitos crentes modernos fazem parte dessa geração da resistência.

II – AS VEREDAS ANTIGAS E A IGREJA CONTEMPORÂNEA.
Muitas igrejas evangélicas têm redefinido inescrupulosamente o Evangelho o ajustando aos padrões da sociedade moderna para amaciar o ego de quem o ouve. A intenção é relevante, considerando o dever de ganhar almas para Cristo, mas, o número de crentes frágeis, instáveis e desconvertidos devido a esse tipo de liturgia são alarmantes. Pessoas despreocupadas em se abster do pecado, do sistema mundano e dos maus desejos da carne devido a não serem disciplinadas e instruídas

Não esqueçamos que o compromisso do cristão é pregar a verdade com amor e zelo, nada menos que isso; quem acrescenta às almas à igreja é Deus cf. At

O Evangelho continua sendo o mesmo. Continua sendo a forma objetiva e explicita de relacionar nossos deveres para com Deus e para com o próximo. Os meios evangelísticos devem ser usados através da tecnologia com inteligência e conhecimento, mas a mensagem genuína deve ser a mesma. “Desde então, Jesus começou a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus” Mt 4.17.

Na contemporaneidade, inúmeras pregações insinuam a desobrigação para com a Lei moral de Deus. Não estamos debaixo da lei cerimonial. A lei cerimonial apontava para o Messias e foi cumprida em Cristo. Porém, na Nova Aliança, estamos ainda mais incumbidos à Lei moral de Deus.

A Lei moral de Deus permeia toda a Bíblia. Através dela são estabelecidos aos seres humanos seus limites e obrigações, e, compreendemos a extensão de nossa pecaminosidade. Muitos acreditam que, por ter sido alcançado pela graça de Cristo, estão desobrigados da Lei moral de Deus. Ora, Excluir a Lei moral de Deus é o mesmo que continuar vivendo dissolutamente como ímpio. É acreditar que se pode trazer a velha natureza que o evangelho vai se moldar a ela. Caminhar ruma à condenação é acreditar que o Evangelho não contém nenhum tipo de exigência. É excluir do Evangelho toda sorte de solicitações imperativas. O grande negócio do diabo é a libertinagem. Sua meta é levar a igreja a excluir a Lei moral de Deus. Sua estratégia é cochichar nos ouvidos da igreja lhe incentivando a abraçar tudo que há na cultura moderna. Seu propósito é leva a igreja a ficar encantada com a cultura decaída e libertina. O Evangelho que a sociedade contemporânea quer é o “Evangelho libertino”. Sem regras. Sem limites. Sem a Lei moral de Deus.

Um pastor(lobo) disse: “Precisamos encontrar pontos de convergência com a cultura atual para tornar o Evangelho relevante”. Que cegueira! E infelizmente outras pessoas são conduzidas por esses pastores — ambos cairão no mesmo buraco. Confira: “Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova” (Mt 5.14).

Não existe e nunca existirão pontos comuns entre o Evangelho verdadeiro e a cultura libertina. Querer encontrar pontos de interesse mútuo entre o Evangelho e a cultura é um oximoro. É impossível uma convivência pacífica do Evangelho e a cultura devassa. Há pastores que estão tentando cristianizar a libertinagem. Estão querendo santificar, como se isso fosse possível, a concupiscência da cultura atual. Esses pastores estão bailando como o diabo. Suas igrejas estão do jeito que o diabo gosta. Suas igrejas viraram teatro. As pessoas compram todo tipo de “benefícios” que seus corações desejam. Por isso, vêem Jesus como um doce de pessoa. Tão bacana. Tão amável. Tão gentil. Que levará todos ao céu não importando o estilo de vida que levam.

Não que sejamos salvos por praticarmos boas obras; mas, praticamos boas obras porque somos salvos. A boa obra não é a causa da salvação, é a consequência dela (Ef 2.10 cf. Lc 8.21).

CONSIDERAÇÕES FINAIS.
Frente a essas coisas e outras mais, carecemos olhar para o exemplo que os patriarcas, profetas e os apóstolos nos deixaram. O caminho de santidade e compromisso com Deus. Em obediência e sujeição a Ele peregrinaram nessa terra, e o mundo foi achado indigno de sua habitação (Hb 11.38).

Em uma era onde a libertinagem reina e os domínios governam, se faz necessário o cristão buscar os exemplos da antiguidade e não se moldar aos padrões éticos, morais e culturais da sociedade contemporânea. O caminho trilhado por essa geração favorece ao pecado. São veredas enganosas e estão corrompendo o santo caminho. Mesmo inseridos nesta geração, necessitamos ter uma ótica divina no tange ao sistema mundano, ao pecado e às frentes demoníacas. O modernismo e o mundanismo têm penetrado em muitas igrejas, levando muitos a se desviarem das veredas antigas da simplicidade, da obediência, da oração, da santidade e fidelidade à doutrina bíblica.

Muitas novidades e tecnologias são positivas e de forma coerente podemos usufruir delas desde que não nos façam perder os valores do evangelho, o amor a Deus e ao próximo. Tais princípios não são modernos, são eternos. Os tempos podem até mudar, mais as doutrinas bíblicas e os padrões morais e de conduta cristã, não mudam.

O profeta mandou que as pessoas perguntassem pelas veredas antigas. Veredas são caminhos estreitos. Jesus disse: “Apertado é o caminho que conduz à vida” (Mt.7.13). Não se pode andar nele de qualquer maneira. Não dá para levar muita bagagem. A renúncia é necessária, pois algumas coisas precisam ser deixadas para trás. O caminho largo, porém, não tem restrições. Ele é aparentemente mais livre. Tudo que você quiser, pode, mas o seu fim é a perdição.

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