A Sutileza do diabo
Sutileza envolve sedução e engano, é a arte de iludir de forma disfarçada. As sutilezas satânicas são tão antigas quanto à humanidade. A Bíblia revela esses ardis desde os céus e mostra seu desdobramento até o final dos tempos: “E sairá para enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, [...] E o diabo, que os enganava foi lançado no lago de fogo e enxofre...” (Ap 20.8-10).
Grande é a facilidade que satanás encontra em enganar. Ele é o ser que mais engana as nações, é especialista em fazer isso, e num mundo caído, alienado de Deus, consegue promover suas mentiras terminantemente com êxito (Jo 8.44; At 13.10; 2Co 11.3). Sua inteligência é tamanha, a ponto de ter conseguido persuadir um terço de seres celestiais quando estavam nos céus (2Pe 2.4), e, considere que os anjos são seres imensamente sábios e inteligentes, mas ainda assim, satanás com todo seu poder persuasivo, conseguiu persuadi-los a se rebelarem contra Deus (Jd 1.6-7; Ap 12.7-9).
Isso, atualmente, não se difere em nada com relação aos seres humanos. Ainda mais por tratar-se de seres mentalmente limitados, cuja inclinação da natureza caída (carne) enreda-se facilmente pelos laços e enganos do diabo (Tg 1.14-15 cf. Lc 4). Nesse sentido, torna-se fundamental o cristão ter uma vida cheia do Espírito Santo e dirigida por Ele (Lc 4.1-2). Uma vida de santificação a Deus (Tg 4.7), de jejum e oração (Mt 4.1), e totalmente regida pela Palavra de Deus (Lc 4), vigiando em todo tempo (1Pe 5.8), caso contrário, poderá estar suscetível aos ardis das trevas (1Pe 5.8; Ef 4.27; 6.11).
CONCEITO DE SUTILEZA
A palavra grega usada para definir sutileza é "apate" e significa “engano, ardil, sedução; fraude, truque, logro”. Aquilo que dá falsa impressão, quer por aparência, declaração ou influência. Esses termos são usados desde a literatura grega para referir-se a pessoas de conduta enganosa e embusteira, de maneira a levar outras pessoas ao engano. - Conexão. O substantivo “engano” tem conexão com várias áreas: Com a riqueza: “a sedução das riquezas” (Mt 13.22); “e os enganos das riquezas” (Mc 4.9). Com a concupiscência: “que se corrompe pelas concupiscências do engano” (Ef 4.22). Com o pecado: “para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.13). Com a injustiça: “e com todo o engano da injustiça” (2Ts 2.10). Com palavras vãs: “Ninguém vos engane com palavras vãs” (Ef 5.6). E com os falsos mestres: “por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens” (Cl 2.8). As conexões citadas acima são todas negativas e reprovadas pela Palavra de Deus.
Há pontos aparentemente comuns entre a verdade e o engano. O engano deriva-se de uma suposta verdade, ele sempre tem uma aparência de verdade e se apresenta como se fosse verdade. Seu disfarce peculiar consiste em sofismar a verdade para que ela não se pareça mentira.
A SUTILEZA NA QUEDA DA HUMANIDADE
O ser humano, como toda a criação de Deus, desde o princípio esteve sob a condição de viver em obediência à vontade de Deus como verdade absoluta. Esse é o princípio regedor da comunhão entre criatura e Criador.
Mediante a criação, Adão foi advertido de que morreria se transgredisse a vontade de Deus ao comer o fruto da árvore da ciência do bem e do mal. Essa desobediência, cuja consequência seria a morte, interromperia a comunhão com Deus e o colocaria num estado de morte espiritual e física (Gn 2.17).
O mandamento de Deus a Adão fora um teste moral. Como criaturas com livre-arbítrio, esse mandamento significou uma escolha consciente e deliberada de crer e obedecer, ou descrer e desobedecer à vontade do seu Criador. Enquanto Adão obedecesse a Deus, seria imortal e viveria em maravilhosa comunhão com Ele, mas, se pecasse ao desobedecer, colheria a ruína moral e a morte como consequência de sua escolha.
Sabendo disso, o diabo —vil tentador— dirigiu-se a Eva para persuadi-la com seus enganos. E como sempre, “usou a verdade de modo distorcido”, “usou a verdade com outro sentido” para cativar e induzir Eva ao erro. Deste modo, provocou a queda da raça humana por meio do engano. Esse é um dos seus métodos principais de desviar as pessoas do caminho e da verdade de Deus, o engano: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo” (2Co 11.3).
O pai de todas as mentiras (Jo 8.44), “engana e cega os seres humanos para levá-los cativos segundo a sua vontade”. Ele faz isso para que não compreendam as verdades divinas: “Nos quais o deus deste século (diabo) cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2Co 4.4). Ele é sutil em introduzir engano no meio da verdade, visando sempre, contrariá-la: “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis” (Gn 3.4).
A SUTILEZA NA CONTEMPORANEIDADE
O ser humano tem tendência em dar credibilidade ao que aparenta ser verdade. Tudo que se mostra supostamente verdadeiro é passível de aceitação, e nisso reside grande perigo para o cristão, visto que as “supostas verdades seculares” são concepções da natureza caída do ser humano, o que raramente condizem com a espiritualidade, moralidade e verdades bíblicas (1Co 2.11-16); e, é nesse cenário que os enganos se introduzem.
Hoje em dia, muito se vê professos crentes em Jesus, fieis em suas Igrejas, recorrendo as filosofias seculares, aconselhamento psicológico, conteúdos de autoajuda, mensagens motivacionais e afins, decorrentes de pessoas ímpias, absorvendo, constantemente, copiosos enganos mesclados com supostas verdades que os levam ao afastamento das verdades bíblicas (Cl 2.8; 2Pe 3.17; Pv 16.25).
O cristão deve estar vigilante e se posicionar contra todas essas filosofias, religiões e tradições que destacam a importância do homem à parte de Deus e de sua revelação escrita. Hoje, a autossuficiência, a autoestima, e a autoconfiança, tornaram-se parâmetros de medição da capacidade humana muito difundidas nas áreas sociais e os seres humanos têm se enchido cada vez mais de si e se alienado cada vez mais de Deus. O conceito destas três palavras traz em si a ideia de manter-se por si só, sem precisar de ajuda; contentamento excessivo consigo mesmo; exclusivismo; egoísmo, independência.
Esses padrões tornaram-se a filosofia de base e a religião aceita por quase toda esfera secular, e aos poucos, tem invadido as Igrejas evangélicas da atualidade. Como resultante, hoje muitos acreditam que os padrões morais outrora estabelecidos por Deus não são absolutos e sim relativos e determinados por aquilo que faz as pessoas sentirem-se felizes, que lhes dá prazer, ou que parece bom para a sociedade de acordo com os alvos estabelecidos por seus líderes. E deste modo, os valores e moralidade bíblicos são rejeitados; pelo que consideram a realização pessoal, a autossatisfação e seus prazeres, o sumo bem da vida.
Essas filosofias começaram com os enganos de satanás e é uma expressão da sua mentira de que o ser humano pode ser igual a Deus (Gn 3.5). As Escrituras identificam os que seguem esses padrões como os que “mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do que o Criador que é bendito eternamente. Amém” (Rm 1.25). Todos os dirigentes, pastores e pais cristãos devem envidar seus máximos esforços em proteger seus filhos das filosofias e tradições humanas, desmascarando os erros e instilando em suas mentes intolerância quanto aos enganos predominantes no sistema mundano (Rm 12.1-2).
Logo, somente a Bíblia através da atuação do Espírito Santo pode expor as obras enganadoras das trevas que subsistem na atualidade, bem como manifestar os maus frutos procedentes de falsos crentes. A única forma de se esquivar das sutilezas do diabo, é pela intervenção do Espírito Santo mediante a sã doutrina da Palavra de Deus (Lc 4.1-14). E isto, despindo-se do sistema mundano e levando uma vida de santificação, oração, jejum e total sujeição a Deus (Tg 4.7-8).
O engano na sociedade secular: Visto que, por natureza, a inclinação natural do ser humano é a de se desviar das verdades de Deus e se enveredar pelos caminhos do engano, indubitavelmente o ímpio irá acreditar mais nos enganos de satanás do que nas verdades de Deus. Na realidade, as verdades de Deus lhe parecem loucura (1Co 1.18-25; 2Co 4.3-4). E para muitos, o diabo não passa de imaginação, como qualquer outro personagem fictício ou uma simples personificação do mal. Tornou-se uma arma para o diabo manter essa imagem, escondendo sua verdadeira identidade e podendo agir sem sofrer devida oposição (Mt 4.1-11; Mc 16.17). Faz parte do seu jogo esconder sua identidade. Em muitos filmes e obras de arte, ele é retratado com chifres, rabo, olhos vermelhos, olhar feroz e usando capa preta ou vermelha.
Essa concepção popular de um diabo com chifres, pés de cabra, e aparência horrível teve sua origem na mitologia pagã, e não na Bíblia. De acordo com as Escrituras, era originalmente lúcifer (o que leva luz) o mais glorioso dentre os anjos (Ez 28.15). A Bíblia não afirma que satanás e os demônios assumiram aparência desfigurada depois que foram expulsos do céu, pelo contrário, eles se transformam até em anjo de luz se for preciso, o que deixa sua atuação enganosamente convincente (2Co 11.13-15). Ele se mostra com uma aparência atrativa e sedutora; e para destruir, quase não dispõe de meios drásticos, mas principalmente de sutilezas, já que sua arma principal é a astúcia.
Por causa de todo engano empregado no mundo, o coração do pecador se endureceu profundamente (Hb 3.13), onde negam a necessidade de um Salvador. Outros negam que haja qualquer coisa certa ou errada e zombam da ideia de pecado ou de um diabo. Outro capital da humanidade ímpia é a falta de fé na Palavra de Deus. É admitir que, de certo modo, Deus não fala sério sobre o pecado, a justiça, a salvação, o julgamento final, e sobre a condenação. O engano mais persistente de satanás é que o pecado proposital e a rebelião contra Deus sem arrependimento, não causarão, em absoluto, a separação de Deus e a condenação eterna (1Co 6.9; Gl 5.21; 1Jo 2.4).
A SUTILEZA E A IGREJA DE CRISTO
Desde o início da Igreja de Cristo, satanás sempre procurou atacá-la para destruí-la, infiltrando falsas doutrinas para confundir os cristãos e fazer com que a Igreja perdesse a sua essência. Ele vem usando os seus agentes a fim de levar o povo de Deus a desacreditar no pecado, na Bíblia, na divindade e na obra redentora de Cristo. Temos de estar devidamente preparados para detectar e desmascarar suas sutilezas. Sem dúvida, esse é um dos maiores desafios da Igreja de Cristo nestes últimos dias.
O engano cerca as Igrejas de perto, é por meio do engano que satanás adultera a verdade, e se ele encontrar a brecha do pecado, logo entrará e instalará ali o seu domínio. Ele tem comissionado seus demônios, os “espíritos enganadores”, a se introduzirem no seio das Igrejas mundanas para enganar e perverter o que seria as pregações e ensinos bíblicos: “Mas o Espírito Santo diz expressamente que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência” (1Tm 4.1-2). Por isso, essencial é ao cristão saber de quem tem recebido ensinamento, instrução, pregação da Palavra de Deus: “Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido” (2Tm 3.14), bem como, em qual Igreja tem congregado (Jr 5.30-31; Rm 16.17-18). É essencial a ele ter conhecimento profundo da Palavra de Deus (At 18.24; 2Co 10.5; 1Pe 3.15) e por ela estar apto pelo Espírito Santo a desmascarar os ardis das trevas (Mt 4.1-11). “Portanto, amados, vocês já sabem disso. Então tomem cuidado para não serem enganados por homens abomináveis, e serem juntamente arrebatados vindo a caírem da vossa firmeza; antes, cresçam na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo” (2Pe 3.17-18a).
Desde a fundação da Igreja, os falsos mestres vêm disfarçando-se entre os filhos de Deus para disseminar suas heresias. Jesus disse que os mestres do erro apresentam-se “vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7.15). A Bíblia classifica os tais como “falsos apóstolos” e “obreiros fraudulentos”, identificando-os como agentes de satanás que se transfiguram “em ministros da justiça” (2Co 11.13-15).
Falsos mestres estão ensinando doutrinas inspiradas em satanás; e isso denota a crescente apostasia e expansão demasiada do pecado que vem sendo sofridas em muitas Igrejas evangélicas. A popularidade dos ensinos antibíblicos cresce a cada dia mediante a ação de satanás. Com efeito, o evangelho liberal dos ministros e educadores modernistas está encontrando pouca resistência nas Igrejas (2Tm 3.5-9; 4.3-4; 2Co 11.13). Baseados em ensinos enganosos, seus membros já não aceitam (suportam) a sã doutrina, nem as exigências bíblicas ordenando que o crente separe-se da injustiça (2 Ts 2.10-12).
Infelizmente, muitos são os que caem nessas armadilhas. Uma vez fisgados por eles, dificilmente conseguem libertar-se, uns por causa da lavagem cerebral que recebem, outros, em razão do terrorismo psicológico e da pressão que sofrem de seus líderes. Seus argumentos são recursos retóricos bem elaborados e persuasivos, para convencer o povo a crer num Jesus estranho ao Novo Testamento (2Co 11.3).
“Acautelai-vos, que ninguém vos engane” (Mt 24.4). O enganador procura destruir a santidade, a moral e a espiritualidade do cristão por todos os meios possíveis. O cristão deve estar atento aos enganos que sobrevém sobre si oriundos de ímpios, crentes desconvertidos e, principalmente, de pessoas usadas pelo diabo para tentar pervertê-lo ao caminho do erro. Assim como inimigo se apresentou a Eva através de uma serpente, ele usa outros meios materiais como pessoas, por exemplo, para persuadir, ensinar, influenciar e cativar a humanidade ao erro. Portanto, tudo que contrariar a Palavra de Deus, e não importa donde venha, pode ser entendido pelo cristão como armadilha para induzi-lo ao pecado, e deve ser rejeitado (Cl 2.8; Ef 5.6-7).
Em suma, a segunda vinda de Cristo será precedida de uma maior atividade de satanismo, espiritismo, ocultismo, possessão e enganos demoníacos, no mundo e nas Igrejas (Ef 6.11-12).
SINAIS E PRODÍGIOS DE MENTIRA
A Bíblia expõe os ardis das trevas e revela a atuação demoníaca quando manifesta que, os sinais e prodígios que as hostes malignas realizam, tem a finalidade apenas de enganar. Ela mostra que para levar os descuidados para longe de Deus, o inimigo opera grandes manobras e sinais de poder. Considere em 2 Tessalonicenses 2.9-10, os sinais e pródigos que satanás e seus demônios são capazes de fazer: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de satanás, com todo o poder, e sinais e prodígios de mentira, e com todo o engano da injustiça para os que perecem, porque não receberam o amor da verdade para se salvarem”. E em Apocalipse 16.14 está escrito: “porque são espíritos de demônios, que fazem prodígios...”.
Eles atuam com sinais mentirosos dentro de uma enormidade de igrejas e em outros segmentos sociais e religiosos como, por exemplo, no esoterismo, na psicanálise, na magia negra, no espiritismo, nos terreiros de macumba, candomblé e umbanda, nas seitas ocultas e afins, manobrando ocultamente sinais para acorrentar as pessoas no erro. Por exemplo, há inúmeros fiéis que reverenciam, adoram e prestam culto a estatuas e esculturas fundidas por mãos humanas. E por meio desses artifícios, buscam supostas bençãos, curas e milagres acreditando serem provenientes de Deus, quando na verdade, quem está por trás desses ídolos recebendo tal adoração são os demônios: “Ofertas ofereceram aos demônios e não a Deus; aos deuses que não conheceram, novos deuses que vieram há pouco...” (Dt 32.17). “Mas, o que estou querendo dizer? Que o ídolo é alguma coisa? Ou que a oferta ao ídolo é alguma coisa? Não! Quero dizer que aquilo que os pagãos sacrificam, é oferecido aos demônios e não a Deus, e eu não quero que vocês sejam participantes com os demônios. Vocês não podem beber o cálice do Senhor e o cálice dos demônios; não podem ser participantes da mesa do Senhor e da mesa dos demônios” (1Co 10.19-21).
Os demônios são oportunistas. São a força motriz por trás da idolatria, de modo que adorar falsos deuses é praticamente o mesmo que adorar demônios. Eles se valem dessas ocasiões para receberem ofertas e adorações destinadas às estatuas, imagens de esculturas, e aos deuses pagãos; e como forma de manter as pessoas presas no caminho da perdição, realizam sinais e prodígios de mentira, operando supostos milagres, curas e adivinhações com o objetivo de enganá-los (Mt 24.24; Ap 13.13; 16.14).
A suposta cura de enfermidades e doenças faz parte sorrateiramente dos seus sinais e prodígios. Embora os espíritos imundos possam colocar enfermidades (Jó 2.7) e serem a causa de muitas delas (Mt 9.32-33; 12.22; 17.14-18; Mc 9.17-26; Lc 13.11-13), nem todas as doenças e enfermidades procedem deles. Há também as doenças e enfermidades como consequências da queda humanidade (Gn 3.17-19; Rm 8.21-23). No entanto, tratando-se de demônios, eles frequentemente alojam enfermidades terríveis que muitas vezes a medicina não consegue encontrar a cura, como é o caso de inúmeras doenças físicas e psicológicas. E da mesma forma que colocam estas enfermidades nas pessoas, para promoverem o engano, eles podem facilmente retira-las mediante orações à ídolos, invocações sobrenaturais, rituais religiosos e satânicos, dentre outros empreendimentos malignos, para assim manterem essas pessoas aprisionadas no engano, na injustiça e, posteriormente, na perdição eterna (Ap 20.10-15). Ele podem até retirar certas enfermidades, porém, isso não quer dizer que vão abandonar a vida dessas pessoas.
No meio evangélico, o Senhor Jesus fez um alerta acerca dos falsos profetas que são usados sob o poder dos demônios. Em Mateus 24.24 está escrito: “Porque surgirão falsos cristos e falsos profetas, e farão tão grandes sinais e prodígios que, se possível fora, enganariam até os escolhidos” cf. (1Rs 22.22). Esses sinais são tão convincentes que se não fosse o Espírito Santo habitando nos escolhidos, eles também seriam facilmente enganados. Todavia, os verdadeiros seguidores de Cristo não serão enganados devido o discernimento do Espírito Santo (1Co 2.15).
Desde este aviso do Senhor, a influência dos demônios e espíritos malignos tem se multiplicado sobremaneira dentro das Igrejas que abraçaram o mundo. Grande parte do cristianismo tem se apostatado da sã doutrina (1Tm 4.1-2), onde a lealdade total à Palavra de Deus bem como a santidade bíblica, tornaram-se coisas raras (2Tm 4.3-4). Diante disso, crentes professos estão aceitando falsas revelações proféticas e supostas manifestações do Espírito Santo que conflitem estritamente com a Palavra revelada de Deus. Isto está motivando o liberalismo, um evangelho enganoso, e oposição à verdade bíblica dentro dessas instituições religiosas (2Tm 3.1-9). Ainda que sinais e grandes milagres passam acontecer no seio dessas Igrejas pelo amor e misericórdia de Deus, o inimigo tem se valido de falsos obreiros para também manifestar seus sinais, e assim, enlaçar os simples de entendimento (v. 6-7) em um emaranhado de engano, submergindo-os em um mundo de iniquidades. Mediante sinais e prodígios, os tais enganarão e desviarão a muitos (Mt 24.11, 24; 2Pe 2.1-3).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
“E o grande dragão, a antiga serpente chamada o diabo e satanás, que engana todo o mundo; foi precipitado na Terra, e os seus anjos foram lançados juntos com ele” (Ap 12.9). O diabo e sua hoste maligna são os autores de inúmeros enganos, destruições e mortes. Eles procuram confundir o crente atraindo-o para o caminho mais fácil, que o afasta de seu destino celestial (Mt 7.13-14).
Sempre atentos contra as astutas ciladas do diabo (Ef 6.11), o cristão deve ser prudente como as serpentes e símplices como as pombas (Mt 10.16), menino na malícia, mas adulto no entendimento (1Co 14.20).
O poder do Evangelho desmascara as sutilezas do diabo (At 19.13-17). Para desfazer suas obras, o Senhor Jesus provou na tentação do deserto que devemos vencê-lo por meio da Palavra (E disse Jesus: ...está escrito cf. Mt 4.4, 7, 10), por meio do Espírito Santo (Lc 4.1), por meio da oração e jejum (Mt 4.2), e por meio da sujeição à Deus: “Se sujeitem, pois, a Deus, resistam ao diabo, e ele fugirá de vocês. Se acheguem a Deus, e Ele se chegará a vocês” (Tg 4.7-8). Resistir ao inimigo, resume-se em se sujeitar à vontade de Deus e se achegar a Ele. Resistir ao diabo é não dar oportunidade a ele (Ef 4.27). A resistência ao diabo e ao pecado deve ser firme na fé em Jesus: “Sejam sóbrios; vigiem; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar. Resistam ele firmes na fé, sabendo que as mesmas aflições se cumprem entre os vossos irmãos no mundo” (1Pe 5.8-9). O cristão só pode vencê-lo através de Jesus (Jo 15.5; Mt 10.1; Mc 16.17; Lc 10.19).
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